segunda-feira, 14 de junho de 2010

UNIVERSIDADE DE CHICAGO III

O conhecimento “familiarizado com” :
- O conhecimento que o indíviduo inevitavelmente adquire no decurso dos encontros pessoas e em primeira mão.
- O conhecimento que estabelece o sentido comum na sociedade.
- Conhecimento superficial, obtido por meio da experiência sensorial ou imediata.
O conhecimento “acerca de” :
- Formal, racional, sistemático.
- Resulta de uma observação de factos que tenham sido provados, procurados e familiarmente classificados.
- Não é uma experiência acumulada mas o resultado de uma investigação sistemática.

A notícia exerce, para o público, as mesmas funções que a percepção cumpre para o indíviduo: não apenas o informa mas, sobretudo, orienta-o, dando “ciência” a cada um, e a todos, daquilo que se passa.
O jornalismo é uma leitura do mundo e deve garantir uma experiência de conhecimento;
A notícia ocupa uma posição privilegiada entre o conhecimento imediato e o conhecimento mediato. A sua função cognitiva relaciona-se com outras funções, tais como a social, política, cultural ou educativa.
As notícias são diferentes de outras formas de conhecimento, dado as notícias serem definidas pela sua qualidade passageira e efémera. A chave para a vivacidade das notícias, comparando com a História, era que informavam como uma série de incidentes isolados, em vez de uma sequência teleológica. Nesse sentido, as notícias eram uma mercadoria pública, não se tornavam notícias por uma leitura individual mas sim pelo facto de serem parte de uma comunicação pública.
Como as notícias tratavam de acontecimentos como se estes fossem isolados, isto implicava que os indivíduos falassem sobre eles; dessas conversações emergia a opinião pública.

Descrição das notícias e da opinião pública:
- Rejeitou a imagem do indivíduo isolado, que lê o jornal sozinho, contempla o significado dos acontecimentos correntes e desenvolve uma opinião individual sobre esses acontecimentos que é transportada para os encontros públicos.
- Em vez disso, a sociologia de meios de comunicação de Park forneceu uma explicação completamente social e pública das notícias.

Se uma notícia for suficientemente interessante para um indivíduo reflectir sobre ela, então esta reflexão será normalmente acompanhada – de facto, muitas vezes precedida – pelo desejo de discutir a notícia com outro indivíduo. E, portanto, as opiniões que os indivíduos desenvolvem das notícias são quase sempre opiniões já públicas, no sentido que emergem de discussões com os outros.
As notícias são sempre sobre o imprevisto e o inesperado – não a importância intrínseca de um acontecimento.
O carácter provocante e imediato das notícias, o seu interesse e importância, leva-as a ser o tema de conversação. As notícias são “o que faz a conversação das pessoas” ou o que provoca a discussão.
Se a notícia excitar a reacção, essa reacção é partilhada. As notícias podem provocar “surpresa, divertimento ou excitação” no leitor para que sejam lembradas e repetidas; elas circulam de forma espontânea, sem qualquer ajuda ou inibições.
A publicação confere às notícias o estatuto de um documento público, que é sancionado pelo público leitor.
As opiniões que os indivíduos desenvolvem das notícias são quase sempre opiniões já públicas, no sentido que emergem de discussões com os outros. Produz-se, assim, a opinião pública : “é na base da interpretação de acontecimentos presentes, isto é, das notícias, que a opinião pública se constitui”.

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